Maternidade, mudança e apoio
- Juliana Bardusco
- 27 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de out. de 2024

Quando a maternidade chega na vida das mulheres, muitas mudanças acontecem em quase todos os aspectos de sua vida. Inicialmente aparecem no corpo que aos poucos se transforma, nos hormônios que alteram o humor, na rotina que ganha um novo membro e impõe uma reorganização do tempo, o relacionamento que é impactado, a família que muda, até alterar a sua própria noção de identidade.
Isso acontece de forma tão profunda, porque o bebê e a mãe estão fundidos um no outro durante os meses de formação no próprio corpo da mulher, e ao dar a luz são separados de corpos, mas ainda precisam de tempo para encaixarem suas necessidades e processarem as mudanças que passaram, tanto o bebê quanto a mãe.
O período pós-parto, é um momento muito profundo da natureza humana, em que mudanças emocionais acontecem de forma profunda, mas muitas mulheres desconhecem ou não estão conectadas com esse aspecto de suas vidas. Inúmeras são as razões para isso, mas por alto podemos observar a forma como nossa sociedade funciona, sem dar o devido respeito, espaço e tempo necessário para a delicadeza que o momento requer, processo de medicalização do parto, contraste entre gravidez e realidade da maternidade, entre outros.
Isso tudo resulta, para muitas mães, em desamparo e vulnerabilidade no período puerperal, não encontrando o devido apoio às suas questões emocionais naturais do período, não tendo o tempo necessário para se adaptarem, consequentemente encontram uma enorme dificuldade em atravessar essa fase, mesmo que esta fase seja uma fase muito feliz em sua vida.
Independente se existiu previamente uma preparação para o momento, a mudança é brutal. São muitas informações, num curto espaço de tempo que atravessam as mulheres de formas muito particulares, variando desde como/se conseguem estruturar sua rede de apoio, características e respeito no parto, amamentação, entre outros.
Por ser um momento tão delicado e especial da vida, a atenção deve ser redobrada para que essa mãe possa enfrentar os desafios da fase com apoio e segurança, sem comprometer sua saúde mental e emocional.
No momento em que todas as atenções e cuidados se voltam para o cuidado com o bebê, muitas vezes a mãe acaba ficando em segundo plano, e é fundamental lembrar que ela e o bebê estão interligados, que da mesma forma que se olha para o bebê também é igualmente importante que se olhe para a mãe, para que ambos possam ser respeitados neste momento crucial da vida de ambos.
É importante dar apoio a essa mulher, acolhendo todo e qualquer sentimento que surja no momento, criando espaço para que ela possa olhar para sua individualidade, exercer a maternidade do seu jeito, readaptar-se a vida com esse novo ser que agora lhe é confiado e integrar-se a esse novo momento de vida.